segunda-feira, 26 de junho de 2017

O tempo derruba Pilar.



O telefone toca, era Jair em prantos:
-Zinha, lembra aquela rachadura do teto até o chafariz na sacristia da Igreja do Pilar, se abriu mais ainda...
Se passaram dois dias, a sacristia veio abaixo.
Jair já arrumava os documentos para sua ida em 1961, para Bélgica.
Ele desenhou de cabeça a pintura do teto e numerou as tabuas,  juntou e guardou-as na casa de um vizinho amigo.
Viajou e se ausentou por quase dois anos, aprimorando seus conhecimentos pela Europa.

De volta a Ouro Preto, Jair coloca o teto da sacristia no lugar, mas por surpresa, teve que descê-lo  novamente, pois as marcações e os desenhos se encontravam invertidos... o que foi motivo de muito riso, fazendo-os restaurar o que estavam restaurando.

 "O projeto da Igreja do Pilar é atribuído ao engenheiro militar Pedro Gomes Chaves Xavier a partir de traçado poligonal de 1736 atribuído a Antônio Francisco Pombal. Na apreciação do IPHAN, o traçado segue o modelo Barroco tradicional em Minas Gerais,
"[...] caracterizado pela justaposição de duas formas quadrangulares, a primeira correspondente à nave ou corpo da igreja, e a segunda, mais alongada, à capela-mor e sacristia, tendo no segundo pavimento o tradicional consistório. O acesso à sacristia é feito por corredores laterais encimados por tribunas. A forma poligonal da nave advém de uma estrutura postiça de madeira, com pesados esteios que suportam a armação dos retábulos e as tribunas, prolongando-se até a cobertura".
Uma das peculiaridades deste templo é a transposição da porta de entrada, um recurso utilizado para causar "uma sensação de surpresa e encanto".
Seu interior é ornamentado com o trabalho de carpintaria, segundo Adalgisa Campos, feito por Antônio da Silva e Antonio Francisco Pombal, irmão do pai de Aleijadinho. Ela refere ainda que os altares de São Miguel, dos Passos, Rosário dos Pretos e Sant'Anna foram feitos entre 1733 e 1735 por Manoel de Brito. O único altar que não teve seus trabalhos foi o de Santo Antônio. O IPHAN, por outro lado, declara que ...
"Nada se conhece a respeito dos altares laterais e púlpitos construídos por confrarias particulares. Em número de seis, sabe-se que os altares dedicados a Santo Antônio e Nossa Senhora das Dores (primeiro e terceiro do lado do Evangelho) são anteriores aos demais, tendo pertencido talvez à igreja primitiva. Já os coroamentos foram provavelmente refeitos por Antônio Francisco Pombal. Os quatro altares restantes e os dois púlpitos são inteiramente dourados e caracterizam-se pelo Barroco requintado, com profusa ornamentação. Todo o conjunto deve se situar no período compreendido entre 1730 e 1740".
talha variou do Estilo Nacional Português ao Joanino, que compreendem duas fases do Barroco. O trabalho de pintura e um artifício "cênico", a marmorização, foram feitos por João de Carvalhais e Bernardo Pires.
Detalhe da capela-mor.
talha da capela-mor, considerada a obra-prima do gênero no período,foi realizada por Francisco Xavier de Brito e executada de 1746 a 1751, ou seja, até a sua morte. O trabalho inclui a Virgem do Pilar entronizada em local tradicionalmente reservado ao Santíssimo Sacramento e a coroação é rodeada por vários anjos e querubins de diferentes tamanhos. As colunas salomônicas e as pilastras chamadas de quartelões foram adotadas como elementos de suporte, mas também exaltam a força e a virilidade.
O arco-cruzeiro teve o trabalho do entalhador Ventura Alves Carneiro em 1751. O resplendor do trono da capela-mor recebeu em 1754 a talha de José Coelho de Noronha.
O forro da nave tem um conjunto pictórico rococó de 1768 também atribuído a João de Carvalhais. São quinze painéis com molduras marmorizadas e faiscadas que retratam passagens do Antigo Testamento"

                                                                   Origem: Wikipédia

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